Colonização

Logo após o descobrimento do Brasil, a região da Enseada das Garoupas, muitas vezes foi visitada pelos portugueses, na tentativa de ocupar e colonizar suas terras. Esta terra porém não era rica em jazidas de ouro, o grande interesse da coroa portuguesa na época. Relatos dos navegadores eram sempre os mesmos “pobres em mina de ouro, as serras são muito próximas do mar, sendo suas terras alagadiças e impróprias para a agricultura”. Mas não deixam nunca de descrever a existência de uma enseada de águas tranquilas e navegáveis, aninhando em suas águas uma pequena ilha nesta enseada, onde os navios poderiam abrigar-se de tempestades e ventos, em total segurança. Em l703 aconteceu a primeira tentativa isolada de ocupação dessa terra.

           O português Domingos de Oliveira Rosa fixou-se na Enseada, a procura de ouro. Desistiu logo em seguida, pois as jazidas eram pobres e não lhe deram o retorno necessário. Em meados do século XVIII, teve inicio o projeto do Governo Português de colonização açoriana no litoral catarinense, iniciou-se os povoamentos secundários. Foram enviados 60 casais vindos do Arquipélago dos Açores para iniciaram uma povoação, hoje, Porto Belo.

            O crescimento desse povoado foi lento e difícil dada as dificuldades com o clima e ataque dos espanhóis. Ficou entregue a própria sorte, pois estava longe do centro administrativo da capitania de Santa Catarina. Em 1818, o povoado da enseada das Garoupas foi elevado à condição de Colônia com o nome de Nova Ericeira. Foram trazidas 101 pessoas entre homens e mulheres da localidade de Ericeira, uma colônia de pescadores, de Portugal continental. Tinham o objetivo de darem inicio a atividade pesqueira na região.

           O nome Nova Ericeira, não chegou a se consolidar, continuando o local a chamar-se Enseada das Garoupas até 18 de dezembro de 1824, quando passou a denominar-se Vila de São Bom Jesus dos Aflitos de Porto Belo. Este nome surgiu, devido as suas belezas naturais e a tranquilidade dessas águas. Em 13 de outubro de 1832 foi elevada a categoria de Município e teve a sua instalação em 7 de julho de 1837.

Imigração Açoriana

  Uma das primeiras colônias fundadas na Província de Santa Catarina foi Nova Ericeira, na Enseada de Garoupas (atual Porto Belo). A partir de 1817, vieram de Portugal pescadores, barbeiros, alfaiates e sapateiros para a região. Em 1824 a Colônia foi elevada à freguesia com a vinda de novos colonos. Pelo Decreto Imperial de 1832, foi criado a Vila e posteriormente o Município de Porto Belo, desmembrado de São Francisco.

            A imigração de casais açorianos para o sul do Brasil começou em 1617. Durante cinco anos, até 1753, deram entrada, no sul do Brasil, 1178 casais açorianos, totalizando 6 492 pessoas. Entre 1748 e 1756, duplicou a escassa população da então Capitania de Santa Catarina.

            Esta imigração em massa visava defender e povoar Santa Catarina e Rio Grande do Sul, pois a coroa estava convencida que a melhor maneira de garantir a posse da terra era povoá-la. A Ilha de Santa Catarina recebeu 4.612 pessoas em 1748; 1.666 em 1749; e 500 em 1750 e 1753.

            No século XVIII, 30% dos emigrantes idos para Santa Catarina fixaram-se nas freguesias de Nossa Senhora do Rosário, da Enseada de Brito e Nossa Senhora da Conceição da Lagoa. O forte contingente ilhéu, cerca de seis mil, saiu de 72 freguesias dos Açores, distribuídas pelas ilhas do Faial, Graciosa, Pico, S. Jorge, S. Miguel, Santa Maria e Terceira.

            Na década de 1911-20, imigraram para o Brasil 2.740 açorianos. Na década de 1921-30, foram 3.401 o número de açorianos emigrados para aquele país. Ainda hoje, nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, há sinais evidentes da presença açoriana, não só na arquitetura, mas também nos usos, costumes e tradições, como as “Reisadas” e as Festas do Espírito Santo, à boa maneira destas ilhas.

            Muitos açorianos imigraram para o sul do Brasil porque a miséria grassava no Arquipélago, na era de Setecentos, como resultado do fraco desenvolvimento das ilhas na produção do trigo e do pastel (outrora, a sua maior riqueza), acrescido do excesso demográfico que atingiu um caráter cíclico nas ilhas maiores.

            Os açorianos aparecem na história do Brasil em diversas regiões e estão distribuídos pela Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, S. Paulo, Amazonas, Pará, Paraíba, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Atualmente, vivem no Brasil 1,2 milhão de portugueses, sendo a maior parte açorianos e seus descendentes.

 Fontes: Dieter Hans Bruno Kohl,p.28. e Vilson Francisco Farias,p.269.
Itajaí – Porto e Praias – Imigração Açoriana para o Sul do Brasil
http://www.cursinho.ufsc.br/arquivos/Santa%20Catarina_ProfOto.pdf